Ultrapar Participações SA – UGPA3

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posto-ipiranga-3Ultrapar é uma holding que atua principalmente no fornecimento de combustíveis, a empresa é a dona dos postos Ipiranga, muito conhecido na mídia pelas propagandas divertidas. Quem me acompanha no blog sabe que eu adoro empresa bem administradas, a Ultrapar consegue fazer agua brotar da rocha, sobreviver e ainda por cima se destacar num mercado onde o principal concorrente é o governo, que oferece a sua queridinha Petrobras todos os “privilégios” de uma estatal. Enfim a Ultrapar vem mostrando a Petrobras que é possível sim fazer dinheiro com petróleo nesse país, desde que seja bem administrado.

A empresa nem sempre foi grande ela começou vendendo gas de cozinha com uma incrível frota de 3 caminhões e 166 cliente rsrsrs é sério foi assim que a empresa começou, daí surgiu a Ultragaz em seguida veio a Oxiteno que é uma empresa especializada na comercialização de produtos petroquímicos.

O boom da empresa só aconteceu em 2007 quando adquiriu o Ipiranga. A empresa continuou se expandindo e em 2008 a compra da União Terminais torna a Ultracargo a maior empresa de armazenagem do país. Em 2009 é adicionada a representação dos postos Texacos no portifólio da empresa. Em 2013 a empresa anuncia a associação com a maior rede de drogarias do norte/nordeste a Extrafarma.

O que me chama mais atenção na empresa é essa política de expansão, trazendo cada vez mais diversificação para o negócio, afinal conseguir gerenciar todos esses negócios tão diferentes uns dos outros e faze-los gerarem lucros de forma crescente como tem feito ao longo do tempo, mostra a qualidade e competência da equipe que trabalha na Ultrapar.

Abaixo você pode acompanhar a representação de cada empresa no resultado da Ultrapar:

ebitda ultrapar

 

Apesar de a empresa estar fortemente sustentada no Ipiranga veja que cerca de quase 50% do seu lucro vem de outras 4 empresas de setores totalmente diferentes, isso garante uma certa segurança para o investidor. Dessas 4 uma foi integralizado apenas esse ano no balanço e ainda está em fase de transição, ou seja no futuro se fizerem tudo certo essa diversificação deve ficar mais bonita ainda.

Os dados da empresa
Ano Patrimônio Receita Lucro Liq Div/PL Margem OP FCL Payout DPA LPA
2004 1.600 4.784 414 34% 9% 0 40% 2,34 5,91
2005 1.790 4.693 299 80% 6% 0 54% 1,99 3,69
2006 1.933 4.794 282 77% 6% 99 15% 0,52 3,48
2007 4.600 19.921 181 69% 1% -315 17% 0,22 1,33
2008 4.692 28.267 390 78% 1% -653 23% 0,66 2,87
2009 4.845 36.097 437 86% 1% 133 14% 0,44 3,21
2010 5.175 42.481 765 104% 2% 604 44% 0,62 1,41
2011 5.577 48.660 853 100% 2% 252 60% 0,94 1,57
2012 6.006 53.869 1.027 104% 2% 878 54% 1,02 1,89
2013 6.547 60.940 1.229 106% 2% 833 58% 1,32 2,26

 

Legenda:

  • Div / PL – Divida pelo Patrimônio Liquido.
  • FCL – Fluxo de caixa livre.
  • DPA – Dividendo por ação.
  • LPA – Lucro por ação.

Veja como eu analiso as minhas empresas…

Veja mais artigos sobre a Ultrapar Participações SA – UGPA3…

*Valores em R$

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9 COMMENTS

  1. VdD

    Engraçado, vi agora pela reuters e lá o indice de cobertura de juros da UGPA está diferente da morning star , na reuters está em 6,46. E da BRFS de 4,13.

    Como pode acontecer isso? Será que na morning star se refere a 2014, e da reuters é o atual de hoje?

    Abs

  2. VdD

    Estava olhando a dívida da UGPA, e ela se encontra da seguinte forma:

    DIV/PL 1,14
    DIV/EBITDA 1,5
    índice cobertura juros 3,25 ( no histórico da morning star , desde 2008 , se encontra na faixa de 2,43 a 4,72) , ou seja, abaixo do recomendado, e não tem apresentado um padrão de melhora no decorrer dos anos, parece que é da empresa estar nesse patamar de alavancagem, assim como apresenta uma margem baixa característica do seu case de negócio.

    Por outro lado , a BRFS vem melhorando a cobertura de juros ano após ano e atualmente tem um indice de cobertura juros até melhor que a UGPA. A divida da BRFS se encontra da seguinte forma:

    DIV/PL 0,85
    DIV/EBITDA 1,30
    indice cobertura de juros 4,02

    Tenho as 2 empresas em carteira.

    VdD, gostaria que vc desse a sua opinião a respeito desse padrão da divida da UGPA, com indice de cobertura de juros que não tem melhorado, diferentemente do que observamos na BRFS.

    Abs

    • Na verdade o ICJ da BRF está em 2 vc olhou o do ano passado, veja que nesse ultimo tri eles deram um UP considerável no endividamento, provavelmente essa divida dela deve estar dolarizada por isso refletiu no balanço tão negativamente, se ela tiver boa parte da receita em dólar deve acabar fazendo um hedge, mas tem que ver como está esse percentual da receita e esse percentual da divida em dólar, e tem que acompanhar o fechamento do ano pra confirmar se ela vai conseguir reverter esse indicador.

      Agora ambas empresas são muito alavancadas, e como vc bem observou com baixa margem o que poderia ser uma combinação muito arriscada se não for o setor onde elas estão inseridas.

      BRF eu não conheço muito bem o seu case de negócio, mas sei que ela é mais voltada para exportação e deve aproveitar bem esse momento de dólar alto, agora tem que ver quais países são os seus principais clientes e como anda essas economias. Mas pra mim acima de tudo o principal ativo da BRF é o Abilio, considero-o um dos maiores CEOs do Brasil, tanto que é só olhar a BRF antes e depois dele, enfim a BRF parece ter um produto bem anti-cilico o que gera um conforto maior pra empresa manter uma alavancagem, mas veja que temos riscos nesse cenário, dólar cair, algum problema com a autorização de entrada dos produtos em países chaves na cadeia de exportação da empresa, alguma doença aviaria que complique a exportação brasileira, enfim são riscos que fazem parte do negócio e se em algum momento que esses riscos vierem um alto endividamento pode ser muito prejudicial. No momento a divida dela parece relativamente aceitável se mantivermos o cenário atual, um exemplo catastrófico disso pode ser a ELPL que mantinha uma divida alta e no momento que levou uma garfada do governo a queda dos lucros acabaram detonando com o caixa e o endividamento pesou forte nessa história, são problemas pontais mas uma empresa boa administrada tende com o tempo dar a volta por cima.

      A UGP tem um case de negocio mais voltado para mercado interno, assim como a BRF também tem produtos muito anticiclicos veja nesse post que falo um pouco sobre isso, veja que a venda de gas não sofreu alteração na demanda em nenhuma das grandes crises, o mesmo podemos dizer dos combustíveis que é onde a empresa tira a maior parte da receita com os postos Ipiranga, eu costumo falar que se fosse abrir algum negocio hoje em dia só abriria 3 coisas: supermercado, posto de combustível ou farmácia são coisas que independente do momento econômico vc terá que comprar comida, abastecer o carro e comprar remédio, não tem escapatória para o consumidor. Aproveitando o gancho o endividamento dela foi aumentado justamente por mais essa nova aquisição da extrafarma, ja falei sobre essa aquisição em diversos posts da empresa, é mais um nicho anticíclico e foi por isso que mantive posição na empresa, se ela tivesse entrado em outro nicho provavelmente teria saído dela, então tem que levar isso em consideração ao analisar a divida dela, provavelmente esse endividamento vai subir um pouco ainda nesses próximos anos, visto que a empresa vai fazer a reestruturação da rede de farmácia, o que estou fazendo e acompanhando se a operação das farmácias esta gerando caixa satisfatório e até o momento vem dando bons resultados agora é acompanhar como vai se sair nesse momento de recessão na economia.

      bem vc me pediu pra opinar sobre a divida e acabei fazendo um imbroglio sobre o case de negocio das empresas, mas no caso das duas não teria como falar da divida sem entender o case de negocio e suas nuanças.

      • VdD

        Obrigado pelo feedback, gostei bastante de todo o racional do seu post. Entender o case de negócio é fundamental para entendermos a divida, valeu mesmo.

        Aproveitando a oportunidade, fiz um downsizing em minha carteira e desfiz da posição da MULT3 e EZTC3. O motivo foi poder com isso concentrar os aportes . Agora a minha carteira tem 13 ativos e mais ETF (IVVB11).
        Com o dinheiro da venda e mais dinheiro novo para aporte mensal, reforcei a posição da minha carteira e concentrei os aportes.

        A minha carteira agora está bem concentrada no setor financeiro, veja:

        Financeiro e outros
        1 CTIP3
        2 PSSA3
        3 BBSE3
        4 ITUB3
        5 CIEL3
        6 UGPA3

        Consumo não ciclico
        7 BRFS3
        8 ABEV3
        9 MDIA3

        Consumo ciclico
        10 GRND3

        Bens industriais
        11 WEG3

        Tecnologia informação
        12 TOTS3

        Utilidade publica
        13 ALUP11

        • Muito boa sua carteira, ficou excelente.

          UGPA num seria de consumo ? sim eu sei que na bovespa está como financeiro por se tratar de uma holding, mas a maioria dos seus negócios estão ligados ao consumo não cíclico, vc num consideraria ela nessa categoria ?

          • VdD

            Também acho essa classifição por setor falha, principalmente no setor financeiro. E colocado no mesmo cesto empresas com atividades bem diferentes, na minha carteira, por exemplo, temos no setor financeiro , empresas que atuam em previdencia e seguros (BBSE e PSSA), CTIP e CIEL (serviços financeiros diversos, que por sua vez atuam em subsetores diferentes), ITUB (banco) e a UGPA (holding diversos que poderia ser considerada consumo não ciclico).

            Por isso acho que mesmo estando concentrado no setor financeiro, acredito que a minha carteira está bem diversificada, pois é bem ampla a atuação dessas empresas do setor financeiro.

            Abs

  3. O que eu nao gosto dessa empresa eh a divida que soh cresce em maior proporcao do que o lucro. O que voce acha?

    • A divida vem crescendo porque a empresa vem investindo nesses últimos anos, no caso dela uma dívida dessas ainda está sobre controle, deve-se levar em conta o case de negócio da empresa, ela tem receita quase garantida, tudo bem que não é uma elétrica ou concessionaria de rodovia, mas vende produtos básicos que passaram por crises sem grandes sofrimentos, da uma olhada no post que fiz quando comprei ela: BVMF: Compras Novembro 2014 – UGPA3

      Eu me preocuparia se o case de negócio dela fosse de produtos cíclicos aí uma queda do lucros afetaria o comprometimento do pagamento da dívida e dos juros, dado a situação da empresa acho que pode-se considerar uma alavancagem da divida. Agora se a divida te incomoda melhor não entrar eu particularmente fiquei de fora dela por um bom tempo por conta dessa margem pequena, depois que consegui compreender o case de negócio dela que resolvi entrar.

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