Depois de vender a minha posição no Banco do Sergipe SA – BGIP4 – precisava de alocar o dinheiro em outra empresa, juntei com os dividendos recibos no mês e resolvi aplicar na Porto Seguro SA – PSSA3 eu já vinha acompanhando os balanços da seguradora a um bom tempo, tanto que foi ela que me motivou aportar na Aflac nos USA. Além dessa compra também efetuei um aporte no FII AESAPAR – AEFI11.
Do ponto de vista do consumidor eu não gosto de seguradoras. Afinal, parece que o dinheiro que pagamos pelo prêmio entra em algum buraco negro, para nunca mais ser visto novamente. Eu nunca precisei de acionar o sinistro, e prefiro manter assim, pois isso significa que algum tipo de tragédia provavelmente teria acontecido.No entanto, a partir da perspectiva de um investidor as companhias de seguro muito me agradam. Elas basicamente recebem os prémios na frente e começam a investir o capital no ínterim até que você faça um pedido de sinistro. É uma fonte de baixo custo do capital, o chamado float, e essas empresas ficam com os ganhos (ou perdas, Deus nos livre…) que colhem com o dinheiro de outras pessoas. Se as companhias obter lucros sobre os prêmios cobrados, você como investidor numa empresa assim também terá direito a esses lucros.É óbvio que é um modelo de negócio fantástico e de fácil compreensão, talvez por isso provavelmente que Warren Buffett é um grande fã de companhias de seguro. Veja uma de suas cartas a Berkshire escrita a 21 anos atrás, quando WB investiu na GEICO.Os números da Porto Seguro tem sido bastante constante, a empresa está com um bom Fluxo de caixa Livre, teve apenas um ano negativo em 2012 mas foi por conta de um ajuste contábil. Quanto ao lucro a empresa em 2013 teve um não recorrente de 700 milhões referente ao ganho de causa do COFINS o que levou a uma distorção, mas a empresa vem mantendo um crescimento constante. Margem vem crescendo consideravelmente, sobre a dívida no caso não tem muito o que se falar visto que seguradora não possuem dividas.O LPA em 10 anos saiu de R$ 0,64 para absurdos R$ 4,32 nós traz um crescimento médio por ano de 21 % e o dividendo por ação saiu de R$ 0,27 em 2004 para R$ 1,09 em 2013 levando-se em conta que a empresa possui uma taxa de payout histórico na casa de 40% acredito que ainda possa crescer mais uns 10% de payout sem afetar em nada o poder de crescimento e investimentos da empresa.Eu ainda não consegui levantar o histórico de 10 anos do Índice Combinado da Porto mais levando-se em conta 2012 e 2013 o índice vem se mantendo estável em 96%Se levarmos em conta que o mercado de seguros no Brasil ainda é muito pouco explorado podemos imaginar um crescimento maior nos próximos anos.
Eu havia comentado no artigo sobre os dividendos recebidos deste mês que estava insatisfeito com Banco Banese, bem eu resolvi antecipar essa ação de venda e saí da empresa completamente.O motivo de ter saído da empresa foi que ela vinha apresentando resultados pífios os resultados praticamente caíram pela metade. O lucro caiu de 88 milhões para 47 milhões e a tendência é que caia mais. A margem bancária também despencou e chegou abaixo de 10% enfim como acredito que existe outras opções melhores nesse setor financeiro decide por vender minhas ações.Eu acho que em toda a minha carteira eu só saí de 3 empresas: Eternit, Marcopolo e agora o Banese.
Acho que ainda não falei sobre esse assunto no blog, então vale abrir um parênteses para explicar o que devemos considerar para sair de uma empresa.Primeiro eu acho que cada um deve definir tanto os parâmetros para entrar numa empresa, quanto os parâmetros para sair de uma empresa, você deve definir esses parâmetros antes de se tornar sócio, anote essas informações em algum lugar para referencia futura e quando for acompanhar os balanços você faz uma revisão com os seus parâmetros.Use os indicadores que lhe chamariam a atenção para alguma situação complicada, por exemplo um crescimento na divida da empresa, uma queda ao longo dos anos no Fluxo de Caixa Livre, estagnação do crescimento dos lucros e receitas (caso seja uma empresa de crescimento e não de dividendos), diluição excessiva dos acionistas, queda nas margens, etc.Os indicadores de uma empresa apesar de serem importantes não se deve basear apenas neles. Tanto para entrar, quanto para sair da empresa é importante fazer uma analise de todo o conjunto como a administração o momento da economia no cenário nacional e internacional.As vezes uma empresa pode ter uma queda nos indicadores e você ainda pode achar ela atraente, talvez por acreditar na política de investimento da empresa ou na administração, a empresa pode até estar passando por dificuldades mas você vê que a administração está tentando contornar as coisas. Vamos a um exemplo pratico:A Santos Brasil está numa situação muito parecida com a Banese. A Santos vem enfrentando dificuldades grandes com concorrência e regulamentações do governo, soma-se a isso a queda no cenário econômico, pronto temos um prato cheio para dificuldades.Mas mesmo apesar de todos os problema eu ainda não vejo motivos para sair da empresa, não de imediato, a administração vem tomando medidas para tentar contornar esses problemas, vem fazendo investimentos, tentando diversificar a oferta de produtos, enfim você vê que a empresa está se mexendo, quanto a Banese, talvez até por ter uma forte dependência estatal, não tem feito nada de muito concreto para tentar contornar a situação que não está nada fácil e com isso o banco vem perdendo competitividade no próprio terreno e isso vem a se refletir nos resultados.
Conclusão
Muitas vezes o que o pessoal se sente mais confortável definindo alguma forma numérica para saber se a empresa está boa ou ruim, e subvaloriza o fator governança. Eu prefiro focar mais na analise da governança, primordial pra mim é ver se a empresa possui uma boa governança os número servem apenas como complemento.
Este sem dúvida para mim é sempre o melhor post do mês, eu fico muito feliz em saber que estou caminhando para alcançar a minha meta anual de dividendos que é R$ 6.000,00 de dividendos em 2014, o que me prejudicou foram os 3 primeiros meses do ano que tiveram dividendos pífios, já os outros meses foram dentro da média.Esse mês recebi o primeiro dividendo do FII Parque D. Pedro (PQDP11) e FII RB Cap I (FIIP11B) onde fiz a compra em Julho, com isso guardada as devidas variações mensais que ocorre os meus rendimentos de FII ficam na casa de 382,00 por mês.Também caiu os dividendos de algumas empresas:
Banco do Sergipe – BGIP4 – Esse banco vem me deixando muito preocupado, seus números vem piorando nos últimos 4 anos, tudo bem que tivemos um momento de dificuldades no setor financeiro, mas isso já foi superado pela grande maioria dos bancos, mas o BGIP continua parado no tempo, alias parado não regredindo, margem bancária em queda, está aqui um sério candidato a sair na minha revisão de carteira.
BMF Bovespa – BVMF3 – Pra mim continua na mesma, empresa com bons lucros, FCL positivo, com dinheiro em caixa para um possível investimento, sem dividas. Pessoal reclama muito da BVMF mas é porque ainda não viram os agentes de investimentos dos outros países como NYSE, NASDAQ, Bolsa de Tokyo, etc. Estou preparando um post em que analiso esse setor empresa por empresa, tanto dos USA, quanto Europa e Asia. Você vai se surpreender em como a nossa Bovespa é bem administrada comparada a outras empresas do mesmo setor.
Parana Banco – PRBC4 – Estou satisfeito com esse ultimo balanço apresentado, a empresa conseguiu apresentar um excelente resultado, eu vinha acompanhando o esforço da administração na redução dos custos e no programa de crédito. O banco ainda tem muito a crescer e está indo no caminho certo, explorando novas áreas isso muito me alegra como sócio apenas comparando essa administração com a do BGIP enquanto que na crise o BGIP não moveu uma palha no sentido de tentar diversificar, oferecer novos produtos aos clientes, expandir as atuações já o PRBC4 correu na contra mão do BGIP.
Totvs – TOTS3 – Pra mim a Totvs será uma das grandes empresas nesse país, eu acredito que o negócio que a empresa está inserida é muito rentável, os números da empresa estão melhores a cada ano, lucro crescendo, margem e LPA também crescendo, com um Payout histórico na casa de 50% mostrando que a empresa tem consciência que precisa investir bastante, acompanhei as ultimas aquisições da empresa e ala tem ficado com um apetite violento para novas aquisições, destaque nesse ano para a compra da IDEIASNET. Nem tudo são flores agora é o momento que o investidor deve tomar mais cuidado, pois é nessas horas de alavancagem que a empresa pode crescer em lucros ou se detonar com dividas, apesar de que até agora ela vem usando o dinheiro de caixa para as aquisições, mas é muito importante ir acompanhando de perto o plano da empresa e verificar se essas aquisições estão gerando caixa para empresa.
Hoje faz seis anos do aniversário da crise de 2008, em 15 de setembro de 2008 foi quando teve o anuncio da quebradeira do Lehman Brothers. Bem passado 6 anos podemos nos questionar sobre o que podemos aprender com a história e o que podemos trazer de aprendizado para o nosso mercado brasileiro.Eu estou lendo atualmente um livro voltado para crises: “Oito séculos de delírios financeiros” dos americanos Reinhart e Rogoff o livro é muito técnico mas bem interessantes para aqueles que querem entender um pouco sobre as crises. Ainda estou na parte das crises soberanas o certo seria escrever esse artigo depois de ler no livro sobre as crises financeiras, mas dado ao aniversário da crise de 2008 resolvi antecipar o post.Primeiro precisamos entender como ocorreu a crise de 2008 nos USA. O mercado de imóveis americano é totalmente diferente do mercado brasileiro, como disse um amigo, por lá é possível ganhar dinheiro de verdade com alugueis.O que vou colocar abaixo é baseado nas observações de um amigo que investe e trabalha como corretor no mercado americano, que inclusive foi pra lá alguns meses antes da crise..
O mercado americano
Se aqui no Brasil podemos usar uma média de 0,5% do valor do imóvel como base para alugueis esse percentual no mercado americano vai de 1.0% a 1.5%. Toda essa rentabilidade somada ao crédito fácil foi o combustível ideal para a crise explodir.Muitas pessoas que tinham um pouco de conhecimento financeiro começaram a pegar empréstimos a juros muito baixos para comprar casas e em seguida as disponibilizava para aluguel. No começo foi uma maravilha, o próprio cara que pagava o aluguel era quem bancava o financiamento do imóvel, com isso você disponibilizava apenas uma pequena entrada e o inquilino ia pagando o imóvel pra você.Muitos desses inúmeros pequenos investidores alavancaram, ou seja pegavam dois ou três financiamentos simultâneos contando que o mercado permaneceria aquecido por muito tempo. Acontece que com o tempo os bancos começaram a ceder credito para esses inquilinos que estavam pagando alugueis para os pequenos investidores. Com isso os inquilinos deixaram as casas e preferiram hipotecar uma casa própria. O resto da pra você ir imaginando.Essa meu amigo que comentei no inicio havia comprado uma casa de U$ 500 mil dólares a uns 6 meses antes da crise, duas semanas depois do crash a casa estava avaliada em menos de U$ 200 mil e ele teve que entregar a casa para o banco pois não conseguiria pagar o financiamento, foi mais ou menos assim o drama por lá.
O mercado brasileiro
A uns anos que venho escutando que o mercado brasileiro está com uma bolha imobiliária, que vai haver uma crise nos imóveis como ocorreu nos USA.Bem eu vejo o mercado daqui totalmente diferente do cenário da crise americana de 2008, é preciso entendermos primeiro o momento em que estão os dois países. No Brasil o crescimento dos preços culminou principalmente com ascensão da classe média, que foi motivado pela bom desempenho da economia do país nesses últimos anos.O foco das pessoas que estão adquirindo imóveis aqui no Brasil não é para investimento como ocorreu na crise americana, mas as pessoas estão adquirindo imóveis para morar é algo totalmente diferente.O cidadão que compra um imóvel alavancado para investimento, num primeiro momento de dificuldade ele vai deixar as prestações atrasarem, já um cidadão que acabou de ascender financeiramente e resolve adquirir um imóvel ele não vai deixar aquela prestação da casa dela em atraso tão simples quanto um investidor deixaria. Muitas vezes esse imóvel é o único patrimônio que a família possui.Portanto eu não vejo a mesma ameaça de crise sistêmica nos preços dos imóveis como ocorreu no USA.Eu entendo que os preços estão alto e acredito que não veremos esse boom nos preços novamente, visto que a própria economia desaqueceu e não tem caras de que voltará aos patamares anteriores tão cedo. Todavia também acho que os preços não vão cair, eu acredito que os preços irão se estabilizar e voltarão aos crescimentos e ajustes inflacionários mais normais como era no passado.
Nem tudo são flores no mercado comercial
No texto acima eu abordei o mercado residencial de imóveis, agora quanto ao mercado comercial a coisa é outra, nesse segmento eu acredito que vai sofrer um pouco mais que o mercado residencial, motivo que tanto ao crescimento da oferta quanto a queda na demanda nessa área foi muito maior comparado proporcionalmente ao setor residencial.Durante a ultima década houve uma fúria construtora, em 2012 e 2013 os lançamentos somaram 25 bilhões de reais, maior volume da história. Cidades, principalmente no Nordeste, que tinham apenas alguns parcos edifícios começaram a receber empreendimentos modernos. No Rio teve um mesmo cenário porém ligeiramente diferente, pega-se a revitalização da zona portuária que foi prometido milhão de metro quadrado de escritórios de alto padrão, inclusive o bilionário americano Donal Trump encabeçando a lista de investidores.O segmento comercial é bem mais cíclico que o residencial, teve uma perspectiva para entrada de novas empresas no país, aumento do consumo nos shoppings centers, coisas que não ocorreram por conta da fragilidade econômica, por isso que podemos constatar que a taxa de escritórios vagos passou de 13% para 18% no ultimo ano.Então quer dizer que vai acontecer igual aos USA, tudo virar pó em alguns meses ?Calma lá ! É preciso entender quem investe nesses imóveis comerciais no país, veja bem boa parte deles são construídos por bilionários, não são construturas brasileiras, vamos a um exemplo:Na Faria Lima foi construído o edifício Pátio Malzoni inaugurado em 2012 tinha o metro quadrado mais caro do país para aluguel. O valor pedido era 240 reais. Até hoje está com uma torre de 19 andares vazia, os interessado querem pagar 180 reais por metro, você acha que o dono está preocupado, nem pensar… os donos são um grupo de bilionários árabes que só disseram que alugam apenas quando o preço voltar a subir.
E o mercado de FIIs
Lógico que nem todos os investidores são bilionários árabes, muitos não podem se dar ao luxo de esperar dias melhores, como é o caso de muitos FIIs então esses tem que ir se ajustando ao mercado, tanto que as cotas de FIIs caíram drasticamente de 2013 para os dias de hoje e a tendência é que encontre um ponto de equilíbrio bem próximo das perspectivas econômicas do país.Por isso é importante analisar bem os FIIs que está adquirindo para não pegar Fundo podre, evitar FIIs que estão em desenvolvimento, procurar FIIs com boas localizações e inquilinos de confiança e diversificar e a palavra chave para diminuir os riscos.Todo os investimentos tem seus riscos cabe a nós sabermos gerenciar.