Se a economia americana está crescendo, porque as pessoas não encontram um emprego?
Toda vez que o departamento de trabalho dos USA divulga seus números, Wall Street fica pasma.
- Quantos desempregados temos no último mês?
- Quantas pessoas encontraram emprego novamente?
- Quantas ofertas de empregos temos hoje disponíveis no mercado?
Essas perguntas servem de parâmetro para os analistas da bolsa de valores.
O mercado de trabalho tende há acompanhar a evolução econômica. Seria o lógico isso né 🤷♂️ ocorre que os relatórios dos órgãos responsáveis por esses números estão deixando os analistas perplexos.
Somente em abril, os analistas esperavam um crescimento de 1 milhão de novos empregos. Ocorreu que as empresas contratam pífios 300.000 mil pessoas.
Como medida de precaução, os analistas de Wall Street reduziram suas expectativas para maio. Novamente os 559.000 recrutamentos ficaram aquém das expectativas.
Isso parece um grande mistério quando todas as outras frentes econômicas são novamente positivas agora.
As empresas querem muito contratar, tem-se cerca de 9 milhões de vagas.
Curiosidade ou não é até quase o mesmo número de desempregados.
Se é assim, então não vemos um crescimento enorme no número de contratações.
O mercado de trabalho americano está entrando em um dos verões mais estranhos de todos os tempos
Bloomberg resumiu acima, temos muitas pessoas ainda preocupadas com o Covid, essa ameaça impede alguns de procurar um emprego. Muitas famílias ainda teriam o fator creche não resolvida. Se todos os pais voltassem ao trabalho e as crianças fossem ameaçadas com o próximo requisito de isolamento.
Desemprego contagioso
Niklas Engbom um sueco tem uma teoria diferente. Ele chamou isso de “desemprego contagioso”.
Há momentos diz Engbom, em que muitas pessoas procuram emprego ao mesmo tempo, e em seguida, acabam ficando entre todas as coisas, fora do mercado de trabalho por mais tempo que o normal. Porque elas se interpõem.
Engbom diz que o problema está nas candidaturas para novos trabalhos, e os dados que ele analisou e publicou na sua tese recente corrobora com isso.
Pessoas que realmente têm um emprego, mas querem mudar de emprego, buscam uma posição adequada e se candidatam em seguida para a vaga. Isso raramente acontece se você está desempregado. Os desempregados se espalham mais amplamente.
Você quando está desemprego, tem a pressão por conseguir um novo emprego, sem contar o fato que você tem mais tempo para se dedicar na busca de novas vagas, no processo de candidatura.
Engbom descobriu que um desemprego se inscreve para até 10x mais vagas que um candidato já emprego, mas que queira mudar de emprego. Ao mesmo tempo, porém, eles respondem à metade das vezes às entrevistas ou outras perguntas do RH.
Engbom ainda mencionou que os desempregados, ainda se candidatam para cargos nos quais consideram inadequados desde o início. Às vezes eles são sub-qualificados ou mesmo super qualificados para a vaga, às vezes o horário de trabalho não é adequado ou até às vezes o local de trabalho é muito distante ou inadequado.
Pior que presencio tudo isso que o Engbom disse na prática lá na minha empresa. Caso ainda não conheça, recomendo assistir nossa série do Meu Próprio Negócio.
O problema não é a quantidade, mas a qualidade
Do ponto de vista da empresa, o problema não é o grande número de inscrições para os processos seletivos, mas a qualidade dessas inscrições que está em grave declínio.
Diz Engbom: “Na verdade, os empregadores preferem muitos candidatos”.
Esses excessos de quantidade, não atrapalha o processo de contratação, mas demora um pouco mais do que o esperado.
Também temos o fator assistencialismo
Muitos acabaram não voltando pelo dinheiro que receberam durante a pandemia que fez com que muitos encostassem e se acomodassem esperando mais e mais do estado.
Um dos motivos para isso, segundo li por aí, é que muitas destas vagas são para “subempregos” para o padrão dos EUA: a maioria das vagas é para ganhar menos de 30K dólares por ano, o que está aquém do custo de vida para a maioria das pessoas, principalmente se considerarmos as despesas astronômicas com saúde que os americanos enfrentam, fora as imensas dívidas estudantis que muitos americanos carregam. Também acho que muitos ficaram mal acostumados “ganhando dinheiro de graça” durante a pandemia, conforme você escreveu. Complicado mesmo.
ola ME
tem uma boa parcela nessa situação q vc citou mesmo, esqueci de colocar isso mais claro no artigo
o Engbom até comenta um pouco disso no fato de muitos estarem buscando emprego e nao estarem preparados demais para vaga ou o caso contrario, muito qualificado para assumir, que é o cenário q vc relata de um cara com qualificação alta, buscando subemprego.