Bolsa americana em 2025

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O ano de 2025 apresenta um cenário intrigante para a bolsa de valores americana, marcado por uma retomada de Donald Trump à presidência e suas promessas de mudanças significativas na economia.

Com a expectativa de políticas favoráveis ao mercado e redução de juros, os investidores estão de olho nas oportunidades, mas também devem estar atentos aos desafios, como a inflação e as tensões comerciais com a China.

Desde a crise financeira de 2008, o mercado de ações americano superou e muito o resto do mundo.

Na última década, a participação do mercado global de ações crescer de 52% para 67%.

A bolsa americana é a maior do mundo. Se você tivesse que ir a um shopping para fazer suas compras de fim de ano, escolheria um shopping de bairro ou iria ao Dubai Mall, o maior shopping center do mundo?

Assim é na bolsa de valores. A bolsa é como um shopping. Se for fazer compras, vá no maior do mundo, onde há mais opções de compra e maior variedade, onde encontrará os melhores produtos e marcas.

A bolsa americana bateu recordes em retorno e lucros. Estamos no máximo de todos os tempos, enquanto o resto do mundo patina de lado.

Todo o mundo está indo para o mercado americano. O domínio das empresas americanas na economia mundial é latente.

Produtividade

Não é atoa que o resto do mundo está colocando dinheiro na bolsa americana. Os americanos estão entregando a maior produtividade do mundo. Quem mora na Europa consegue perceber isso claramente. A maneira como os europeus tocam seus negócios é diferente de como os americanos fazem, e olha que vivi no país com a maior produtividade da Europa.

As empresas dos EUA têm consistentemente entregado um crescimento de ganhos mais alto em comparação aos seus pares do G7, os setes países mais ricos do mundo.

Desde 2010, os ganhos por ação do S&P500 aumentaram 290%, enquanto o MSCI Europe cresceu apenas 60%. Isso decorre do fato de que a produtividade nos EUA tem aumentando, enquanto o resto do mundo definha, como diz o relatório da Schroders.

Liderança em inovação

A liderança dos EUA em inteligência artificial e tecnologia pode ser melhor entendida pelo desempenho do Magnificent 7, que desde 2010 foi responsável por 40% dos retornos do S&P 500.

Essas empresas são a maior fonte de crescimento dos ganhos nos EUA. Se retirarmos o Mag7, o crescimento americano fica mais próximo do europeu.

A bolsa americana é o lar das maiores empresas do mundo. Juntos Tesla, Meta, Google, Amazon, Microsoft, Nvidia e Apple compõem um peso maior no MSCI ACWI do que os próximos sete maiores países juntos.

O UBS no evento da Seagate acredita que a revolução da IA aumentará a produtividade em geral, o que deve reforçar a vantagem econômica dos Estados Unidos.

Nós, ao longo do tempo, tivemos vários eventos na história que animaram o mercado. Primeiro as ferrovias iriam mudar o mundo, os carros, depois foi a internet e agora é a IA.

Os EUA nem sempre foram um mercado dominante. De acordo com o gráfico, nas últimas 11 décadas, as ações americanas venceram os pares globais em seis, sendo mais recentemente nos anos 2000.

Isso serve como lembrete de que a liderança de mercado é cíclica e não garantida.

Política

Com a eleição de Trump, veremos uma possibilidade de melhora real na bolsa de valores.

Primeiro tínhamos um problema inflacionário, onde a inflação estava começando diminuir. Então, o Powell, chefe do FED, resolveu cortar as taxas. .

Depois dos cortes, nos relatórios mais recentes temos dois aumentos consecutivos da inflação com 2,6% em outubro e depois 2,7% em novembro.

Isso colocou uma nuvem de dúvida no mercado sobre a capacidade do FED de continuar cortando juros.

Para entender o efeito do corte de juros, basta olhar a imagem abaixo:

Olhe o gráfico de juros no FED. Observe que ao cortar os juros a bolsa subiu. Tudo bem que o Powell atrapalhado do jeito que é acabou dando um primeiro corte de 0,5% o que foi um pouco acima do que o mercado esperava. Nos cortes seguinte ele já reduziu 0,25% e agora temos a complicada situação de corte de juros com aumento de inflação.

O grande desafio desse próximo ano, vai ser o FED continuar a sua linha de corte de juros. Se o mercado receber outros cortes de juros as ações vão disparar.

Isso é bom para quem está posicionado em um Trader de Valor, mas ruim para nós, investidores de longo prazo, pois não compraremos mais ações tão baratas quanto agora.

A inflação tinha subido porque o Biden ligou a impressora de moeda para cobrir os gastos da guerra da Ucrânia. Porém, um outro motivo que colaborou foi o excessivo gasto do governo americano, bem semelhante ao que estamos passando aqui no Brasil com o câmbio virando pó.

Com relação aos excessivos gastos governamentais, temos uma arma secreta chamada Elon Musk. Se ele conseguir fazer o que está na imagem, a inflação vai despencar. Veremos um mercado de ação voando.

Guerra tarifária com a China

Outro fator que pode ajudar a economia americana, mas não a inflação, é a guerra tarifária que o Trump já disse ser inevitável contra a China. Digo isso porque o preço dos produtos na China é consideravelmente mais barato, então isso vai crescer a curto prazo o custo de vida do americano, mas a longo prazo irá tornar sua economia ainda maior e mais forte.

Sabe aquele gráfico que vimos no começo? Se fizer isso bem feito, o céu será o limite a longo prazo.

Guerra na Urania inflou os gastos energético

O preço do petróleo decolou no início da guerra da Ucrânia. Isso ajudou a inflação americana subir. Um barril que no pré-guerra estava em $19 hoje está em $72.

“A energia é responsável por 60% da inflação, e ela irá cair muito porque o meu pai disse que quer uma furadeira” – disse o Eric Trump.

Cairá a inflação, com incentivos econômicos internos e cortes de gastos, só tem uma coisa que poderá para esse foguete… uma guerra com a China.

Guerra com a China

Não estou nem falando na questão tarifária, mas sim em uma guerra bélica mesmo.

A China está se preparando para invadir Taiwan. Isso é inevitável, só não sabemos quando.

O que pode segurar isso é um acordo de cavaleiros entre Trump e Putin. Se Trump não conseguir um cessar-fogo na Ucrânia, Putin vai instigar a China para que ela invada Taiwan.

Quem conhece do terreno geopolítico da Ásia sabe os motivos que fizeram a China não se opor tão formalmente à invasão da Rússia na Ucrânia. Mesmo que o acordo não saia, acho que esse embate bélico deve ficar para a segunda metade do mandato do Trump.

Esse seria um fator que pode desestabilizar todo o cenário aqui desenhado.

Vídeo

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Takeaway

Em 2025, a bolsa americana se destaca globalmente, mas enfrenta desafios com inflação e relações internacionais. A administração de Trump pode trazer crescimento, mas a volatilidade exige atenção. Invista com cautela, aproveitando a possível queda de juros, mas esteja preparado para os imprevistos.

A inovação e produtividade dos EUA continuam a atrair capitais, mas a ameaça de conflitos com a China e a inflação persistente exigem uma estratégia de investimento prudente.

Este ano, a bolsa americana oferece um cenário promissor para investimentos, desde que se navegue com cuidado pelas incertezas geopolíticas e econômicas.

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