Zettelkasten – Como tomar notas inteligentes

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Vamos explicar os conceitos do Zettelkasten, uma técnica que descobrir na Alemanha e que vai ajudar você a construir um arquivo com notas inteligentes de suas leituras e melhor organizar o conteúdo que foi adquirindo ao longo da vida.

Sempre li livros, desde a minha adolescência que venho buscando uma forma de tirar o conhecimento desses livros.

Geralmente gosto de fazer anotações em torno das páginas, destacar pontos importantes sobre o livro, mas nada até o momento fez-me abstrair tanto de uma leitura quanto o Zettelkasten.

Quando estava lendo um artigo na internet me deparei com o livro How to take Smart Notes (link de afiliado), o livro parecia ser só mais um sobre como tomar notas.

Um dos melhores livros que já li na vida
Um dos melhores livros que já li na vida

O que me chamou atenção na época foi que o escritor morava em Duisburg, uma cidade na Alemanha, quando estava lendo também morava naquela mesma cidade, aliás umas quadras ao lado da faculdade que ele lecionava.

Sönke Ahrens é um alemão e professor de Filosofia e Pedagogia na Universidade de Duisburg. Ele também treina estudante, acadêmicos e profissionais com foco em gerenciamento de tempo, tomada de decisões e crescimento pessoal.

O livro dele é realmente fantástico e é daqueles livros que fazem mudanças impactantes na nossa vida.

Em vez invés de espremer o maior número possível de páginas de uma ideia, How to Take Smart Notes espreme o maior número possível de ideias em cada página.

só uma das páginas com alguns destaques
só uma das páginas com alguns destaques

O livro

A ideia do livro é criarmos uma estrutura para compensar a limitação de nossos cérebros.

A estrutura de Ahrens promete transformar nossos pensamentos em tesouro de notas inteligentes e interconectadas ao longo do caminho.

Transformar nossos pensamentos em escritas, não é útil apenas para escritores ou blogueiros como esse que vós escreve, mas para qualquer pessoa que queira melhorar seu pensamento e aprendizado geralmente.

Split-box de Luhmann

Ahrens se inspirou num sociólogo alemão do século XX Niklas Luhmann (1927-1998). Luhmann foi um prolífico anotador, escritor e acadêmico.

No início de sua carreira acadêmica Luhmann percebe que uma nota era tão valiosa quanto seu contexto, sua rede de associações, relacionamentos e conexões com outras informações.

Ele desenvolveu um sistema baseado em papel, chamou-o “split-box” ou zettelkasten em alemão.

Zettelkasten foi projetado para conectar qualquer coisa ao maior número possível de contextos potencialmente relevantes.

Ele disse que categorizar suas notas de forma alfabética, ou num sistema de pasta de arquivos como vemos hoje é algo muito ineficiente.

Ele projetou seu split-box como um banco de dados baseados em fichas (zettel em alemão) que eram “tematicamente ilimitadas” e podiam ser infinitamente estendidas em qualquer direção.

Luhmann tem mais de 90.000 fichas como essa acima criadas ao longo de sua carreira de 30 anos. Observe o número 1 no topo indicando o tópico de ramificação. O arquivo completo de suas notas pode ser encontrado online mantido pela Universidade de Bielefeld.

Ao construir sua coleção de notas, ele embarcou em uma série de conquistas que o tornariam um dos sociólogos e cientistas mais influentes do século XX.

Um foto do primeiro bloco de notas que Luhmann adicionou à sua caixa, rotulo de número 1 no canto superior esquerdo.
Um foto do primeiro bloco de notas que Luhmann adicionou à sua caixa, rotulo de número 1 no canto superior esquerdo.

Como funciona o zettelkasten de Luhmann

  • Luhmann anotava todas as ideias interessantes ou que poderia achar útil em suas fichas.
  • Ele escrevia só de um lado para não precisar virar.
  • Cada ficha recebia um número sequencia começando em 1. Quando uma nova fonte era adicionada a esse tópico ou ele encontrava algo para complementar, adicionava novas fichas com letras como sufixos (1a, 1b, 1c, etc.)
  • Essas conexões e ramificações eram destacadas o mais próximo possível de onde começou a ramificação.
  • Qualquer uma dessas ramificações poderia ter suas próprias ramificações. O cartão do colega sociólogo alemão Jürgen Habermas, por exemplo, foi rotulado com 21/3d26g53
  • Enquanto lia ele criava cartões, atualizava ou adiciona comentários aos existentes, criava ramificações a partir de cartões já existentes e fazia links entre eles em diferentes “fios”.

Isso criou um sistema que poderia se estender infinitamente em qualquer direção e também poderíamos identificar de forma única cada cartão.

Esse número poderia ser referenciado a partir de qualquer outro cartão, pois nunca mudaria. Os ramos criavam “fios” de pensamento em que se podia entrar em qualquer ponto, que você conseguiria ir para frente ou para trás nesse fio.

Não há hierarquia no zettelkasten, o que significa que ele pode crescer internamento sem nenhum esquema preconcebido.

Ao longo de sua carreira de 30 anos, Luhmann publicou 58 livros e centenas de artigos no caminho que complementavam sua obra-prima de dois volumes: The Society of Society (1997).

Apresentou uma nova teoria radical que não apenas mudou a sociologia, mas também provou discussões acaloradas em filosofia, pedagogia, teoria política e psicologia.

Durante anos sua split-box foi subestimada, já em 1985 ele apontava regularmente para isso como fonte de sua incrível produtividade: “Eu, é claro, não penso tudo sozinho. Isso acontece principalmente dentro da minha split-box”

Até recentemente ninguém acreditava que um sistema tão simples pudesse produzir tanto. Estamos tão acostumados com a ideia de grandes resultados exigem grandes e complicados esforços.

Luhmann reforçava que nunca se forçava a fazer nada que não tivesse vontade de fazer: “Só faço o que é fácil. Só escrevo quando sei imediatamente como fazê-lo. Se eu vacilar por um momento, deixo o assunto de lado e faço outra coisa”.

Alguns princípios que Ahrens adotou de Luhmann e adaptou à era moderna.

1 – A escrita não é resultado do pensamento, é o meio que o pensamento ocorre

Quando produzimos um artigo, isso não começa quando sentamos na frente do computador para escrever, mas muito antes com diversas notas e conteúdo que vamos consumindo ao longo do tempo.

Essas notas vão se acumulando como um subproduto da leitura. Mesmo que você não queira desenvolver uma grande teoria como a de Luhmann ou escrever artigos para o público, você precisa de uma maneira de organizar seus pensamentos e acompanhar as informações que consome.

Se você quer aprender e lembrar de algo no longo prazo, você tem que anotá-lo.

Se quiser entender uma ideia você tem que traduzi-la em suas próprias palavras. Isso talvez seja uma das lições mais importantes que aprendi no livro.

Escrever irá melhorar seu pensamento porque força você a desenvolver o que está lendo em um nível mais profundo.

Só porque você lê mais não significa automaticamente que você tem mais e melhores ideias.

É como aprender a nadar ou andar de bicicleta, você tem que aprender fazendo não lendo sobre isso.

O desafio de escrever e aprender, não é tanto aprender, mas entender, pois, você já terá aprendido o que entende. Quando você realmente entender algo, ela está ancorada em uma rede de ideias e significados relacionados, tornando muito mais fácil de lembrar.

Por exemplo, você pode memorizar que as artérias são vermelhas e as veias azuis. Mas é somente quando você entende o porquê – que as artérias transportam sangue rico em oxigênio do coração para o resto do corpo, enquanto as veias transportam sangue de baixo teor de oxigênio de volta ao coração – que esse fato tem algum valor.

Visto que fazemos essa conexão significativa entre ideias, é difícil não lembrar.

O problema que real significado de algo pode ser obscuro, às vezes precisamos de responder perguntas como:

  • Como esse fato se encaixa com outros que já conheço?
  • Como esse fenômeno pode ser explicado por essa teoria?
  • Como este argumento se compara a esse?

Responder essas frases é extremamente difícil nos limites da nossa cabeça. Precisamos de um meio externo para realizar essas elaborações, e a escrita é o meio mais eficaz e conveniente já inventado.

2 – Faça seu trabalho como se escrever fosse a única coisa que importasse

O segundo princípio complementa o primeiro.

Você precisa e colocar sua ideia para o público. Ahrens diz algo bem legal:

Não existe conhecimento privado no meio acadêmico. Uma ideia mantida em sigilo é tão boa quanto uma que você nunca teve.

O objetivo de pesquisar é produzir conhecimento público que posa ser testado e examinado. Para isso acontecer tem que ser escrito.

Este princípio exige que expandamos nossa definição de “publicação” além do sentido estrito usual. Poucas pessoas publicarão seus trabalhos em uma revista acadêmica ou mesmo em um blog, mas tudo que escrevemos e compartilhamos com outra pessoa conta:

  • Notas que compartilhamos com um amigo.
  • Trabalhos de casa que enviamos para um professor
  • E-mails que escrevemos para nossos colegas
  • Apresentações que entregamos a clientes

Tudo isso conta como conhecimento tornado público.

Isso ainda pode parecer um princípio radical. Devemos divulgar até mesmo ideias que acabamos de encontrar, ou opiniões meio formadas, ou teorias malucas que não podemos fundamentar?

O importante é o princípio, ter um propósito claro e tangível ao consumir informação muda completamente a maneira que você se envolve com elas. Você será mais focado, curioso, rigoroso e exigente.

Você não perderá tempo anotando cada detalhe, tentando fazer um registro perfeito de tudo que foi dito. Em vez disso, você tentará aprender o básico de maneira mais eficiente possível para chegar ao ponto em que surgem perguntas abertas, pois essas são únicas perguntas sobre as quais valem a pena escrever.

Você não necessariamente precisará de publicar seus escritos, mas o fato que estará escrevendo como se fosse, fará que você tome mais atenção ao ler, tornando-se mais focado nas partes mais relevantes para o argumento que irá construir.

A prática deliberada é a melhor maneira de melhorar qualquer coisa e, neste caso, você está praticando a habilidade mais fundamental de todas: pensar. Mesmo que você não publique uma linha de escrita, você melhorará muito todos os aspectos do seu pensamento quando começar a pensar que a escrita é a mais importante.

3 – Nada começa do zero

Um dos mitos mais prejudiciais sobre a criatividade é que ela começa do nada.

Quando vemos um pintor, ou um escritor com sua obra, podemos pensar que ele começou do nada e fez aquilo, mas negligenciamos todo o conteúdo que ele foi acumulando ao longo dos anos para chegar lá.

A construção do seu zettelkasten irá lhe permitir fazer isso.

Quando resolvemos construir algo, geralmente escutamos as pessoas falarem para “escolher um tópico” como primeiro passo necessário, depois realizar pesquisas, discuti-lo e analisá-lo e, finalmente, chegar a uma conclusão.

Como você pode decidir sobre um assunto interessante antes de ler sobre ele?

Você precisa de mergulhar na pesquisa antes mesmo de escolher seu tema. A decisão sobre ler um assunto verso outra também não surge do nada. Geralmente vem de um interesse ou entendimento existente.

A verdade é que todo esforço intelectual começa com uma concepção anterior.

Essa é a tensão no centro do processo criativo: você precisa pesquisar antes de escolher sobre o que escreverá.

É por isso que um sistema externo para registrar sua pesquisa é tão importante. Não apenas melhora seu processo de escrita, torna isso possível.

Fazer anotações permite que você se liberte do caminho tradicional e linear da escrita. Ele permite extrair informações, mistura-las e agitá-las até que novos padrões surjam e, em seguida, transforma-los novamente em texto lineares para outros consumirem.

Você saberá que conseguiu fazer essa mudança quando o problema de não ter o suficiente para escrever for substituído pelo problema de ter muito sobre o que escrever.

4 – Nossas ferramentas e técnicas são tão valiosas quanto o fluxo de trabalho

Precisamos de um workflow – um processo repetível para coletar, organizar e compartilhar ideias.

Bons sistemas não adicionam opções e recursos, eles retiram a complexidade e distrações do trabalho principal, o panejamento.

Um cérebro sem distrações e uma coleção confiável de notas é praticamente tudo o que precisamos.

5 – Padronização permite a criatividade

No livro Ahrens usa a excelente analogia de como a invenção dos contêineres revolucionou o comércio internacional para demonstrar o papel das anotações na escrita moderna.

O transporte de contêineres é uma ideia simples: enviar produtos em contêineres padronizados em vez de carregá-los a ermos no navio, como sempre foi feito.

O potencial do contêiner de transporte só foi liberado quando todas as outras partes da cadeia de suprimentos de transporte foram alteradas para acomodá-lo. Da fabricação à embalagem e à entrega final, o projeto de navios, guindastes, caminhões e portos teve que se alinhar em torno da movimentação de contêineres de forma mais rápida e eficiente possível. Visto que o fizeram, o transporte marítimo internacional explodiu, preparando o terreno para que a Ásia se tornasse uma potência econômica entre muitas outras mudanças históricas.

Muitas pessoas ainda fazer anotações, se é que o fazem, de forma aleatória. Se eles veem uma frase bonita eles a sublinham. Se quiserem fazer um comentário, escrevem-no nas margens. Se eles têm uma boa ideia, escrevem no caderno que tenham à mão. Se um artigo parece importante suficiente, eles podem esforçar-se para salvar um trecho.

Isso deixa-os com muitos tipos de notas em lugares e formatos diferentes. Isso significa que, quando chega a hora de escrever, eles primeiro precisam realizar um grande projeto para coletar e organizar todas essas notas.

As notas são como contêineres para ideias. Em vez de inventar uma nova maneira de fazer anotações para cada fonte que você lê, use sempre um formato completamente padronizado e previsível.

Não importa o que as notas contêm, a qual tópico elas se relacionam ou por, qual meio elas chegam, você trata cada nota exatamente da mesma maneira.

Essa padronização das notas que permite que elas cresçam é como um LEGO que você consegue embaralhar e montar em configurações infinitas sem perder de vista o que elas contêm.

6 – Nosso trabalho só melhora quando exposto a Feedback de alta qualidade

Um workflow é igual a uma reação química, ela pode se alimentar de si mesmo. Nada nos motiva mais do que nos tornarmos melhores no que fazemos.

Só podemos nos tornar melhores se nosso trabalho for exposto a um Feedback de alta qualidade. É um pouco disso que faço aqui no blog, por sorte meu público é de alto nível.

É fácil pensar que entendemos um conceito até tentarmos colocá-lo em nossas próprias palavras.

Cada vez que tentamos, praticamos a habilidade central do insight: distinguir as partes que realmente importam daquelas que não importam.

7 – Trabalhe em vários projetos simultâneos

Somente quando você tem vários projetos e interesses simultâneos que todo o potencial de um sistema de pensamento externo é realizado.

Pense na última vez que você leu um livro. Talvez você o leia com um determinado propósito, para obter alguma familiaridade com um tópico interessado ou encontrar insights para um projeto onde está trabalhando.

Quais as chances desse livro ser útil para o que você precisa? Extremamente baixo. Tem muito conteúdo jorrando atualmente, mas apenas uma fração disso pode ser realmente útil.

Como a única maneira de descobrir quais insights que um livro contenha é lê-lo, você também pode ler e fazer anotações produtivamente.

Gaste um tempo para registrar as melhores ideias que você encontra, mesmo que hoje pode não parecer útil, pode ser que você “tropece” nela, no futuro.

As chances de tais encontros acidentas futuros é poderosa, porque as melhores ideais geralmente são aquelas que não antecipamos. Os tópicos mais interessantes são aqueles sobre os quais não planejamos aprender.

8 – Organize suas ideias por contexto não por tópico

Agora que você sabe como é importante coletar notas sobre leituras, vem a mente como organizar?

O erro clássico é organizar em tópicos cada vez mais específicos. Isso faz com que pareça menos complexo, mas rapidamente se torna esmagador.

Quanto mais notas se acumulam, menores e mais estreitos os sub-tópicos se tornam, limitando sua capacidade de ver conexões significativas entre eles. Com essa abordagem, quanto maior a coleção de notas, menos acessíveis e úteis elas se tornam.

É muito mais eficaz organizar por contexto. Especificamente, o contexto que será usado. A principal questão ao decidir onde colocar algo se torna “Em que contexto quero tropeçar nisso novamente?”

Em outras palavras, em vez de arquivar as coisas conforme a origem, você arquiva conforme o local para onde está indo.

Essa é a diferença essencial entre organizar como um bibliotecário e organizar como um escritor.

Organizar por contexto requer um pouco de reflexão. Um livro sobre finanças pessoais pode me interessar por razões complexas e diferentes se eu for um político trabalhando em um discurso de campanha, um consultor financeiro tentando ajudar um cliente ou um economista desenvolvendo politica monetária.

Os escritores não pensam em um único local “correto” para uma informação. Eles lidam com “sucatas” que muitas vezes podem ser reaproveitas e reutilizadas em outros lugares.

9 – Sempre siga o caminho mais interessante

Ahrens observa que, geralmente, os alunos falham não por falta de habilidade, mas, porque perdem uma conexão pessoal com o que estão aprendendo.

É por isso que devemos gastar o máximo de tempo possível trabalhando em coisas que achamos interessantes. Não é uma indulgência. É uma parte essencial para tornar nosso trabalho sustentável, portanto, bem-sucedido.

Esse conselho destrói a abordagem típica de planejamento que aprendemos.

Dizem-nos para “fazer um plano” antecipadamente e em detalhes. O sucesso é então medido pela proximidade com que nos apegamos a esse plano. Nossos interesses e motivações em mudança devem ser ignorados ou suprimidos se interferirem no plano.

A história está repleta de descobertas acidentais. Ahrens dá o exemplo da equipe que descobriu a estrutura do DNA. Eles começaram com uma bolsa para encontrar um tratamento para o câncer. Enquanto trabalhavam, a equipe seguiu sua intuição e interesse, desenvolvendo o programa de pesquisa real ao longo do caminho.

Se eles tivessem se apegado religiosamente ao seu plano original, provavelmente não teriam descobrido a cura para o câncer e certamente não teriam descobrido a estrutura do DNA.

Os planos são feitos para nos ajudar a nos sentir no controle, mas é muito mais importante estar realmente no controle.

Luhmann nunca se obrigou a fazer anda e só fazia o que lhe era fácil: “Quando estou preso por um momento, deixo-o e faço outra coisa”. Como nas artes marciais, se você encontrar resistência ou uma força oposto, você não deve empurrar contra ela, mas sim redirecioná-la para outro objetivo produtivo.

10 – Salve ideias contraditórias

É muito mais fácil desenvolver um argumento a partir de uma discussão animada de prós e contras, em vez de uma conversa de consenso.

Com essa questão atual em como as pessoas se sentem ofendidas pessoalmente quando você contradiz o que estão ha falar. Logo te classificam como negacionista. Isso está se tornando cada vez mais difícil.

O verdadeiro inimigo do pensamento independente não é nenhuma autoridade externa, mas nossa própria inércia.

Precisamos encontrar maneiras de neutralizar o viés de confirmação, nossa tendência de considerar apenas informações que confirmam o que já acreditamos.

Precisamos confrontar regularmente nossos erros, enganos e mal-entendidos.

Salvar ideias que não são compatíveis entre si e não necessariamente apoiam o que já pensamos, nos treinamos para desenvolver teorias sutis ao longo do tempo, em vez de tirar conclusões precipitadas imediatamente.

Não se sinta apenas mais inteligente. Torne-se mais inteligente

Você não será estimulado na escola a construir desde cedo uma rede de conexões entre diferentes categorias de informações. Seu professo não irá ensinar-lhe a organizar melhor e mais relevante o conhecimento adquirido.

Reformular, o aprendizado não deve ser sobre acumular conhecimento como moedas de ouro.

Você precisa tornar-se uma pessoa diferente, com pensamentos diferentes. A beleza do split-box é que co-evoluímos a medida que ela vai crescendo.

Escrever, é a melhor escolha não apenas como ferramenta para pensar, mas como uma ferramenta para o crescimento pessoal.

8 Passos para fazer anotações inteligentes

Ahrens recomenda essas 8 etapas:

  1. Faça anotações rápidas.
  2. Faça anotações literárias.
  3. Faça anotações permanentes.
  4. Adicione essas notas permanentes a sua split-box.
  5. Desenvolva seus tópicos perguntas e projetos de baixo para cima na sua split-box.
  6. Decida sobre um tópico sobre o qual escrever dentro de sua split-box.
  7. Transforme suas anotações em rascunhos.
  8. Edite e revise seu manuscrito.

Ele observou que Luhmann, na verdade, tinha duas split-box: a primeira sobre a literatura que ele lia, a segunda que ele chamava “main split-box” que continha as ideias e teorias que ele desenvolveu com base nas fontes. Ambas eram caixas de madeiras contendo as fichas de papel.

Notas rápidas

São notas rápidas e informais sobre qualquer pensamento ou ideia que vinha a sua mente. Eles não precisam ser altamente organizados e, na verdade nem deveriam ser.

Eles não são para capturar uma ideia por completo, em detalhes, mas apenas para um lembrete do que está em sua cabeça.

Notas literárias

O segundo tipo de nota era tomado enquanto lia, ele tomava os principais pontos do livro que julgava importante.

Ele tinha 4 diretrizes nessas notas de literatura:

  1. Seja extremamente seletivo no que você decide manter.
  2. Mantenha a nota geral o mais curta possível.
  3. Use suas próprias palavras, em vez de copiar citações na íntegra.
  4. Anote os detalhes biográficos na fonte.

Notas permanentes

Essas são o terceiro tipo de nota, que compõem o conhecimento de longo prazo, essas são as mais valiosas.

Esta etapa começa examinando as duas notas anteriores, Ahrens recomenda fazer isso uma vez por dia, antes que você esqueça completamente o que elas contêm.

  • Como as novas informações contradizem, corrigem, apoiam ou adicionam ao que eu já sei?
  • Como posso combinar ideias para gerar algo novo?
  • Que perguntas são desencadeadas por essas novas ideais?

A medida que essas respostas veem em mente, anote cada nova ideia, comentário ou pensamento em sua própria nota.

Escreva notas permanentes como se estivesse escrevendo para outra pessoa. Ou seja, use frases completas, divulgue suas fontes, faça referências explícitas e tente ser o mais preciso e breve possível.

Uma vez feito esse passo, jogue fora (ou apague) as notas rápidas do passo um e arquive as notas de livros no passo dois numa split-box própria.

Adicione suas notas permanentes à split-box

Faça isso arquivando a nota atrás de uma nota relacionada, se não tiver relacionada a nenhuma nota existente, adicione-a no final.

  • Adicione links para (e de) notas relacionadas.
  • Adicione-a a um “índice” – um tipo especial de nota que serve como um índice e ponto de entrada para um tópico importante, incluindo uma coleção ordenada de links sobre o tópico.

Desenvolva de baixo para cima

Com um bom acervo de notas, agora é a hora de desenvolver ideias. Observe o que está lá, o que está faltando e quais perguntas surgem. Procure lacunas que podem ser preenchidas por leituras adicionais.

Você pode criar notas de “overview” que ajudam a estruturar seus pensamentos e podem ser vitais na etapa intermediária no desenvolvimento da sua ideia final.

Decida sobre um tópico

Olhe para sua split-box e procure o que é mais interessante. Você irá escrever baseado no que você já tem. Siga as conexões entre as notas e colete as notas relevantes sobre o tópico que você encontrou.

Transforme em rascunho

Não basta copiar suas notas em um artigo, traduza-os para algo coerente e incorpore-os ao contexto do seu argumento.

A medida que for encontrando falhas no seu argumento vai incorporando e preenchendo as lacunas.

Edite e revise seu rascunho

Desse ponto em diante tudo que você precisa fazer é revisar seu rascunho até que seja considerado pronto para publicação.

Este processo de notas e conexões não deve ser visto como mera manutenção. A busca por conexões significativas é a uma parte crucial do processo de pensamento.

Aplicativos para Zettelkasten

Praticamente nem utilizo mais o Evernote desde que em meados de 2020 li o How to Take Smart Notes (link afiliado). Utilizo zettelkasten para guardar meus pensamentos, referencias e tudo o mais.

O livro foi escrito em 2017, você pode pensar que não teremos aplicativos para controlar o Zettelkasten.

No entanto, o método explodiu de uma tal forma que todos os influenciadores sobre produtividade que acompanho nos Estados Unidos utilizam Zettelkasten.

Então temos algumas opções bem interessantes no mercado, desde o Roam, um aplicativo bem custoso $15/mês, até o Obsidian que é grátis, Open Source e multiplataforma (linux, win, Mac).

Alguns aplicativos geram um mapa mental
Alguns aplicativos geram um mapa mental, acima está o mapa mental das minhas notas que gerei no Obsidian.

Esse mapa mental é as conexões entre pensamentos dentro da minha cabeça.

Quero ver se faço um vídeo sobre ele aqui no blog depois. Eu não uso o Obsidian no Mac, só no iPhone, mas é um aplicativo fantástico, recomendo-o para quem deseja iniciar no mundo do Zettelkasten.

No meu Mac, uso mais um sistema roots focado em System Raw, é um dos apps mais importantes da minha carteira, tanto que fica logo abaixo do meu Things.

Se quiser saber mais sobre o Zettelkasten, tem uma trinca de posts que fiz sobre o tema:

  1. Zettelkasten organize seu cérebro
  2. Aplicativos para Zettelkasten
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